A relação entre as políticas de gênero e a criação de empresas por mulheres
DOI:
10.14211/regepe.esbj.e2438Palavras-chave:
Criação de Empresas por Mulheres, Políticas de Gênero, Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), Sociedade Empresária LimitadaResumo
Objetivo: analisar os efeitos das políticas de gênero na criação de empresas por mulheres. Metodologia/abordagem: abordagem quantitativa, com dados secundários extraídos da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC); e dados públicos de CNPJ, da Receita Federal. O nível de análise foi restrito aos 246 municípios do estado de Goiás. A partir disso, foram realizados testes com dois modelos de regressão binomial negativos. Principais resultados: para as empreendedoras que criaram seus negócios sozinhas, as políticas de gênero apresentaram uma relação positiva; por outro lado, para as que criaram empresas em sociedade, nenhuma influência foi identificada. Com esses resultados, é possível compreender que as mesmas medidas de apoio podem não apresentar efeitos semelhantes a todos os tipos de criação de empresas por mulheres. Contribuições teóricas-metodológicas: este estudo evidenciou que, ao analisar as políticas públicas como meio de fomento ao empreendedorismo por mulheres, deve-se considerar as diferenças existentes entre elas, seja nos aspectos contextuais nos quais estão inseridas, seja como especificidade de cada grupo, tendo em vista que necessidades diferentes requererem ações de apoio distintas. Relevância/originalidade: especialmente para as mulheres que empreendem sozinhas, segundo esta pesquisa, a existência de políticas de gênero mostra-se fator importante, pois dificuldades, como as geradas pela discriminação, poderão ser enfrentadas, atendendo, com isso, às necessidades de acesso à educação, à igualdade, à saúde e à segurança.
Downloads
Referências
Bandeira, L. (2005). Brasil: Fortalecimento da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres: Avançar na Transversalizaçao da perspectiva de Gênero nas Políticas Públicas. Brasília: Convênio Secretaria Especial de Política Para as Mulheres/Comissão Econômica Para América Latina e Caribe (SPM/CEPAL). http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BAFFE3B012BCB0932095E3A/integra_publ_lourdes_bandeira.pdf
Baughn, C. C., Chua, B.-L., & Neupert, K. E. (2006). The Normative Context for Women’s Participation in Entrepreneruship: A Multicountry Study. Entrepreneurship Theory and Practice, 30(5), 687–708. https://doi.org/10.1111/j.1540-6520.2006.00142.x
Bayeh, E. (2016). The role of empowering women and achieving gender equality to the sustainable development of Ethiopia. Pacific Science Review B: Humanities and Social Sciences, 2(1), 37–42. https://doi.org/10.1016/j.psrb.2016.09.013
Bernhard, I., & Olsson, A. K. (2020). Network collaboration for local and regional development – The case of Swedish women entrepreneurs. International Journal of Entrepreneurship and Small Business, 41(4), 539–561. https://doi.org/10.1504/IJESB.2020.111578
Brush, C., Ali, A., Kelley, D., & Greene, P. (2017). The influence of human capital factors and context on women’s entrepreneurship: Which matters more? Journal of Business Venturing Insights, 8(April), 105–113. https://doi.org/10.1016/j.jbvi.2017.08.001
Brush, C., Edelman, L. F., Manolova, T., & Welter, F. (2019). A gendered look at entrepreneurship ecosystems. Small Business Economics, 53(2), 393–408. https://doi.org/10.1007/s11187-018-9992-9
Bui, H. T. M., Kuan, A., & Chu, T. T. (2018). Female entrepreneurship in patriarchal society: motivation and challenges. Journal of Small Business & Entrepreneurship, 30(4), 325–343. https://doi.org/10.1080/08276331.2018.1435841
Bullough, A., Renko, M., & Abdelzaher, D. (2014). Women’s Business Ownership: Operating Within the Context of Institutional and In-Group Collectivism. Journal of Management, 43(7), 2037–2064. https://doi.org/10.1177/0149206314561302
Cameron, A. C., & Trivedi, P. K. (1990). Regression-based tests for overdispersion in the Poisson Model. Journal of Econometrics, 46(3), 347–364. https://doi.org/10.1016/0304-4076(90)90014-K
Clercq, D. de, & Brieger, S. A. (2022). When Discrimination is Worse, Autonomy is Key: How Women Entrepreneurs Leverage Job Autonomy Resources to Find Work-Life Balance. Journal of Business Ethics, 177, 665–682. https://doi.org/10.1007/s10551-021-04735-1
Collis, J., & Hussey, R. (2005). Pesquisa em administração: um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação (2ª. ed.). Porto Alegre: Bookman.
Cooper, D. R., & Schindler, P. S. (2011). Métodos de Pesquisa em Administração (10ª ed.). Porto Alegre: Bookman.
Dheer, R. J. S., Li, M., & Treviño, L. J. (2019). An integrative approach to the gender gap in entrepreneurship across nations. Journal of World Business, 54(6), 101004. https://doi.org/10.1016/j.jwb.2019.101004
Dilli, S., & Westerhuis, G. (2018). How institutions and gender differences in education shape entrepreneurial activity: a cross-national perspective. Small Business Economics, 51(2), 371–392. https://doi.org/10.1007/s11187-018-0004-x
Elam, A., & Terjesen, S. (2010). Gendered Institutions and Cross-National Patterns of Business Creation for Men and Women. The European Journal of Development Research, 22(3), 331–348. https://doi.org/10.1057/ejdr.2010.19
Engeli, I., & Mazur, A. (2018). Taking implementation seriously in assessing success: the politics of gender equality policy. European Journal of Politics and Gender, 1(1), 111–129. https://doi.org/10.1332/251510818X15282097548558
Farah, M. F. S. (2006). Gender and Public Policy. Estudos Feministas, 12, 47–71. https://www.jstor.org/stable/3324947?origin=crossref
Fávero L. P. (2015). Análise de dados: modelos de regressão com Excel®, Stata® e SPSS® (1. ed.). Rio de Janeiro: Elsevier Brasil.
Fontenelle, L. F., Rossi, S. V., Oliveira, M. H. M. De, Brandão, D. J., & Sarti, T. D. (2020). Postgraduate education among family and community physicians in Brazil: the Trajetórias MFC project. Family Medicine and Community Health, 8(3), e000321. https://doi.org/10.1136/fmch-2020-000321
Foss, L., Henry, C., Ahl, H., & Mikalsen, G. H. (2019). Women’s entrepreneurship policy research: a 30-year review of the evidence. Small Business Economics, 53(2), 409–429. https://doi.org/10.1007/s11187-018-9993-8
Giménez, D., & Calabrò, A. (2018). The salient role of institutions in Women’s entrepreneurship: a critical review and agenda for future research. International Entrepreneurship and Management Journal, 14(4), 857–882. https://doi.org/10.1007/s11365-017-0480-5
Godwin, L. N., Stevens, C. E., & Brenner, N. L. (2006). Forced to Play by the Rules? Theorizing How Mixed-Sex Founding Teams Benefit Women Entrepreneurs in Male-Dominated Contexts. Entrepreneurship Theory and Practice, 30(5), 623–642. https://doi.org/10.1111/j.1540-6520.2006.00139.x
Halabisky, D. (2018). Policy Brief on Women’s Entrepreneurship. OECD SME and Entrepreneurship Papers, 8, Paris: OECD. https://doi.org/10.1787/dd2d79e7-en
Hechavarría, D. M., & Ingram, A. E. (2019). Entrepreneurial ecosystem conditions and gendered national-level entrepreneurial activity: a 14-year panel study of GEM. Small Business Economics, 53(2), 431–458. https://doi.org/10.1007/s11187-018-9994-7
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2019). Pesquisa de Informações Básicas Municipais. Rio de Janeiro: IBGE.
Jang, S. J. (2009). Global women’s movements and Korean gender policy discourse. International Social Work, 52(6), 831–835. https://doi.org/10.1177/0020872809342661
Lei nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002. Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro. Diário Oficial da União, Brasília, DF. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm
Lei nº 12.441, de 11 de julho de 2011. Constituição de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (2011). Altera a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para permitir a Constituição de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. Diário Oficial da União, Brasília, DF. http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2011-014/2011/Lei/L12441.htm
Lim, Y., & Suh, C. S. (2019). Where is my partner? The role of gender in the formation of entrepreneurial businesses. Small Business Economics, 52(1), 131–151. https://doi.org/10.1007/s11187-018-0027-3
Machado, H. P. V., Gazola, S., & Anez, M. E. M. (2013). Criação de empresas por mulheres: um estudo com empreendedoras em Natal, Rio Grande do Norte. Revista de Administração Mackenzie, 14(5), 177–200. https://doi.org/10.1590/S1678-69712013000500007
Machado, H. P. V., Gazola, S., Fabricio, J. D. S., & Anez, M. E. M. (2016). Women Entrepreneurs: Reasons and Difficulties for Starting in Business. Revista de Administração Mackenzie, 17(3), 15–38. https://doi.org/10.1590/1678-69712016/administracao.v17n3p15-38
Maden, C. (2015). A gendered lens on entrepreneurship: women entrepreneurship in Turkey. Gender in Management: An International Journal, 30(4), 312–331. https://doi.org/10.1108/GM-11-2013-0131
Martins, C. H. B., & Conteratto, D. (2018). Políticas públicas de gênero: estrutura e gestão nos municípios brasileiros. Indicadores Econômicos FEE, 45(3), 101–114. https://doi.org/10.1016/j.wsif.2019.102237
Muntean, S. C. (2013). Wind beneath my wings: policies promoting high‐growth oriented women entrepreneurs. International Journal of Gender and Entrepreneurship, 5(1), 36–59. https://doi.org/10.1108/17566261311305201
Okeke-Uzodike, O. E., Okeke-Uzodike, U., & Ndinda, C. (2018). Women entrepreneurship in Kwazulu-Natal: A critical review of government intervention politics and programs. Journal of International Women’s Studies, 19(5), 147–164. https://vc.bridgew.edu/jiws/vol19/iss5/10
Pandey, S., & Amezcua, A. S. (2020). Women’s business ownership and women’s entrepreneurship through the lens of U.S. federal policies. Small Business Economics, 54, 1123–1152. https://doi.org/10.1007/s11187-018-0122-5
Patterson, L., & Walcutt, B. (2017). Review of Korean workplace gender policy literature from 1989 to 2014. Asia Pacific Business Review, 23(5), 713–733. https://doi.org/10.1080/13602381.2016.1214365
Pinzón, N., Montero, J., & González-Pernía, J. L. (2022). The influence of individual characteristics on getting involved in an entrepreneurial team: The contingent role of individualism. International Entrepreneurship and Management Journal, 18, 1103-1140 https://doi.org/10.1007/s11365-021-00768-0
Ribas, M. F. (2015). Mecanismos Institucionais para o Avanço da Mulher. Brasília, DF: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). https://www.ipea.gov.br/retrato/pdf/190215_tema_h_mecanismos_institucionais_para_o_avanco_da_mulher.pdf
Santana, T. S., & Braga, A. H. (2020). Uma Análise Cienciométrica das Publicações do Congresso da Sociedade Brasileira de Computação na Perspectiva das Mulheres na Computação (pp. 279–283). Anais do Women in Information Technology (WIT 2020). https://doi.org/10.5753/wit.2020.11310
Santos, S. C., & Neumeyer, X. (2022). Culture and gender in entrepreneurial teams: the effect on team processes and outcomes. Small Business Economics, 58(2), 1035–1050. https://doi.org/10.1007/s11187-020-00432-x
Syed, J., & Ali, F. (2019). A relational perspective on gender equality and mainstreaming. Human Resource Development International, 22(1), 4–24. https://doi.org/10.1080/13678868.2018.1495406
Villaseca, D., Navío-marco, J., & Gimeno, R. (2020). Money for female entrepreneurs does not grow on trees: start-ups’ financing implications in times of COVID-19. Journal of Entrepreneurship in Emerging Economies, 13(4), 698–720. https://doi.org/10.1108/JEEE-06-2020-0172
Vracheva, V., & Stoyneva, I. (2020). Does gender equality bridge or Gender gap ? A cross-country investigation. International Journal of Entrepreneurial Behavior & Research, 26(8), 1827–1844. https://doi.org/10.1108/IJEBR-03-2020-0144
Welter, F. (2020). Contexts and gender – looking back and thinking forward. International Journal of Gender and Entrepreneurship, 12(1), 27–38. https://doi.org/10.1108/IJGE-04-2019-0082
Zandberg, J. (2021). Family comes first : Reproductive health and the gender gap in entrepreneurship. Journal of Financial Economics, 140(3), 838–864. https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2020.06.020
Downloads
Publicado
Métricas
Visualizações do artigo: 393 pdf (English) downloads: 105 Viewer (xml, epub, html) (English) downloads: 0 Mobile (English) downloads: 0 Áudio downloads: 10 Audio (English) downloads: 9 Audio (Español (España)) downloads: 6 Video (subtitles: pt, en, es) downloads: 18
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Daiane Martins Teixeira, Cândido Vieira Borges Júnior, Marcos Inácio Severo de Almeida
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- O(s)/A(s) autor(es)/autora(s) autorizam a publicação do texto na revista;
- A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seus autores/autoras;
- Autores/autoras mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho publicado sob a Licença CC BY 4.0, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores/autoras são permitidos e encorajados a postar seu trabalho (Versão submetida, Versão aceita [Manuscrito aceito pelo autor/autora] ou Versão publicada [Versão do registro]) online, por exemplo, em repositórios institucionais ou preprints, pois isso pode levar a trocas produtivas, bem como a citações anteriores e maiores de trabalhos publicados. A REGEPE pede como condição política para os autores/autoras que indiquem/vinculem o artigo publicado com DOI. Veja o Efeito do Acesso Livre.