As Agtechs e o Ecossistema de Inovação do Espírito Santo
DOI:
10.14211/regepe.v10i1.1767Palavras-chave:
Agronegócio, Desafios, Oportunidades, Novos modelos de negócio.Resumo
Objetivo: identificar os incentivos mais relevantes disponíveis para as agtechs – também conhecidas como agritechs ou agrotechs; os desafios por elas enfrentados para chegar à fase de escalabilidade; e a relação desses desafios com eventuais limitações do ecossistema de inovação local. Metodologia/abordagem: os dados foram coletados por meio de uma pesquisa qualitativa e examinados pela técnica de análise de conteúdo. Principais resultados: (1) os empreendedores das agtechs entrevistadas identificaram demandas e oportunidades diversas de mercado; (2) as agtechs contaram principalmente com suporte, por meio de incubação e mentoria; (3) essas empresas nascentes tiveram maior dificuldade na etapa de prototipagem, na identificação de fontes de recurso e na formação de equipe, o que indica a necessidade de ampliar o apoio e a oferta de soluções do ecossistema nessa direção, bem como de facilitar o acesso aos investidores; e (4) o ecossistema de inovação do Espírito Santo ainda apresenta uma série de desafios para cumprir plenamente o papel de incentivo, de maneira estruturada, às startups denominadas agtechs. Contribuições teóricas/metodológicas: os resultados obtidos demonstram a necessidade de haver um ecossistema empreendedor para fomentar o desenvolvimento das agtechs, e refletem as principais dificuldades dos empreendedores dessas empresas nascentes no estado brasileiro do Espírito Santo. Relevância/originalidade: as questões envolvidas no trabalho compreendem temas de interesse central para um mais profundo entendimento da dinâmica aplicada dos ecossistemas empreendedores e das agtechs, no contexto do Espírito Santo.
CLASSIFICAÇÃO JEL: L26, O31, Q13
Downloads
Referências
ABStartups – Associação Brasileira de Startups (2018). Mapeamento Agtech – Investigação sobre o uso das tecnologias para o Agronegócio no Brasil. Retrieved from https://abstartups.com.br/mapeamento-Agtech/.
AgFunder – Agriculture and Agtech Investment Opportunities. (2019). AgFunder AgriFood Tech Investing Report – Year in Review 2018. Retrieved from https://research.AgFunder.com/2018/AgFunder-Agrifood-Tech-Investing-Report-2018.pdf.
AgFunder – Agriculture and Agtech Investment Opportunities. (2020). AgFunder AgriFood Tech Investing Report – Year in Review 2019. Retrieved from https://research.agfunder.com/2019/AgFunder-Agrifood-Tech-Investing-Report-2019.pdf.
Andion, C., Alperstedt, G. D., & Graeff, J. F. (2020). Ecossistema de inovação social, sustentabilidade e experimentação democrática: Um estudo em Florianópolis. Revista de Administração Pública, 54(1), 181-200. https://doi.org/10.1590/0034-761220180418.
Bacher, J. S., & Guild, P. D. (1996). Financing early stage technology-based companies: Investment criteria used by investors. Frontiers of Entrepreneurship Research – Proceeding of the 16th Annual Entrepreneurship Research Conference, Babson College, Wellesley, MA.
Bardin, L. (2008). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Bittencourt, B. A., & Figueiró, P. S. (2019). Inovation ecosystems articulation and share value creation. Cad. Ebape.BR, 17(4), 1002-1015. https://doi.org/10.1590/1679-395174403x.
Blank, S., & Dorf, B. (2012). The startup owner’s manual: The step-by-step guides for building a great company. (Vol. 1). Pescadeiro, CA, USA: K&S Ranch Publishing Division.
Buainain, A. M., Lima Jr., I. S., & Corder S. (2017). Desafios do financiamento à inovação no Brasil. In Coutinho, D. R., Foss, M. C, & Mouallem, P. S. B. (Orgs.). Inovação no Brasil: Avanços e desafios jurídicos e institucionais (pp. 97-124). Retrieved from http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/openaccess/9788580392821/completo.pdf.
Carvalho, L. M. C., Viana, A. B. N., & Mantovani, D. M. N. (2016). O papel da Fapesp no ecossistema empreendedor do estado de São Paulo. Racef – Revista de Administração, Contabilidade e Economia da Fundace, 7(1), 84-101. https://doi.org/10.13059/racef.v7i1.168.
Cassiolato, J. E. & Lastres, H. M. M. (2017). Políticas de inovação e desenvolvimento. In Coutinho, D. R., Foss, M. C, & Mouallem, P. S. B. (Orgs.). Inovação no Brasil: Avanços e desafios jurídicos e institucionais (pp. 19-56). Retrieved from http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/openaccess/9788580392821/completo.pdf.
Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. (2020). PIB do agronegócio brasileiro. Retrieved from https://www.cepea.esalq.usp.br/br/pib-do-agronegocio-brasileiro.aspx.
Dedehayir, O; Mäkinen, S.J.; & Ortt, J. R. (2018). Roles during innovation ecosystem genesis: A literature review. Technological Forecasting and Social Change, 136, 18-29. https://doi.org/10.1016/j.techfore.2016.11.028.
Dey, A. K., Abowd, G. D., & Salber, D. (2001). A conceptual framework and a toolkit for supporting the rapid prototyping of context-aware applications. Human-computer interaction, 16(2), 97-166. https://doi.org/10.1207/S15327051HCI16234_02.
Dias, C. N., Jardim, F., & Sakuda, L. O. (2019). Radar Agtech Brasil 2019: Mapeamento das startups do setor agro brasileiro. Retrieved from https://www.radarAgtech.com.br.
Dutia, S. G. (2014). Agtech: Challenges and opportunities for sustainable growth. Innovations, 9(1-2), 161-193. https://doi.org/10.1162/inov_a_00208.
Ericsson, K. A.; & Simon, H. A. (1993). Protocol analysis: Verbal reports as data (rev. ed.). Cambridge: MIT Press.
Estrin, J. (2009). Closing the innovation gap: Reigniting the spark of creativity in a global economy. New York: McGrew Hill.
Feld, B. (2020). Startup communities: Building an entrepreneurial ecosystem in your city (2nd ed.). Hoboken: Wiley.
Fernández-Fernández, M.T., Blanco-Jiménez, F. J., & Cuadrado-Roura, J. R. (2015). Business incubation: Innovative services in an entrepreneurship ecosystem. The Service Industries Journal, 35(14), 783-800. https://doi.org/10.1080/02642069.2015.1080243.
Findes – Federação das Indústrias do Espírito Santo. (2019). Mobilização Capixaba pela Inovação. Retrieved from https://findes.com.br/mobilizacao-capixaba-pela-inovacao/.
Furr, N., & Dyer, J. (2014). The innovator’s method: Bringing the lean startup into your organization. Boston: Harvard Business School Publishing.
GEM – Global Entrepreneurship Monitor. (2019). Empreendedorismo no Brasil 2019 – Relatório Executivo. Retrieved from http://ibqp.org.br/PDF%20GEM/Relat%C3%B3rio%20Executivo%20Empreendedorismo%20no%20Brasil%202019.pdf.
Gomes, L. A. V., Facin, A. L. F., Salerno, M. S., & Ikenami, R. K. (2018). Unpacking the innovation ecosystem construct: Evolution, gaps and trends. Technological Forecasting and Social Charge, 136, 30-48. https://doi.org/10.1016/j.techfore.2016.11.009.
Gonzaga, B. S., Figueiredo, P. S., Souza, E. L. R. C. & Passos, F. U. (2020). Organizational learning capacity of startups in Northeast Brazil. Revista de Gestão, 27(3), 301-316. https://doi.org/10.1108/REGE-11-2019-0116.
Gray, D. E. (2012). Pesquisa no mundo real (2. ed.). Porto Alegre: Penso.
Grumadaite, K.; & Jucevicius, G. (2014). Smart development of innovation ecosystem. Procedia: Social and Behavioral Sciences, 156(26), 125-129. https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2014.11.133.
Heaton, S., Siegel, D. S., & Teece, D. J. (2019). Universities and innovation ecosystems: a dynamic capabilities perspective. Industrial and Corporate Change, 28(4), 921-939. https://doi.org/10.1093/icc/dtz038.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2019). Censo Agropecuário 2017: Resultados Preliminares. Retrieved from https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/templates/censo_agro/resultadosagro/index.html.
Incaper – Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural. (2019). Boletim da Conjuntura Agropecuária Capixaba. Retrieved from https://biblioteca.incaper.es.gov.br/digital/bitstream/123456789/3394/1/Boletim-da-conjuntura-Agropecuaria-Ano-IV-n-16-Dezembro-de-2018.pdf>.
Kaiser, U., & Müller, B. (2015). Skill heterogeneity in startups and its development over time. Small Business Economics, 45, 787-804. https://doi.org/10.1007/s11187-015-9667-8.
Krishnan, A., Banga, K., & Mendez-Parra, M. (2020). Disruptive technologies in agricultural value chains: Insights from East Africa. Working Paper 576, EIF – Enhanced Integrated Framework. Retrieved from https://www.odi.org/sites/odi.org.uk/files/resource-documents/disruptive_agritech_-_5_mar_2020_-_final_draft.pdf.
Mashelkar, R. A. (2018). Exponential technology, Industry 4.0 and future of jobs in India. Review of Market Integration, 10(2), 138-157. https://doi.org/10.1177/0974929218774408.
MCI – Mobilização Capixaba pela Inovação (2020). Metas MCI 2020-2030. Retrieved from http://mcinovacao.com.br/.
Meirinhos, M., & Osório, A. (2010). O estudo de caso como estratégia de investigação em educação. Eduser: Revista de Educação, 2, 49-65.
Mikhailov, A., Reichert, F. M., & Pivoto, D. (2018). Innovation in agribusiness: The case of agricultural technology new ventures. Ifama 28th World Conference “Disruptive innovations: Better business, management, science and government”, Buenos Aires.
Mondin, M; & Tomé, J. (2018). 2º Censo Agtech Startup Brasil. Retrieved from https://www.Agtechgarage.com/censo/.
Müller, B; & Rammer, C. (2012). Start-up promotion instruments in OECD countries and their application in developing countries. ZEW Gutachten/Forschungsberichte, Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit [GIZ] GmbH. Retrieved from https://www.econstor.eu/bitstream/10419/110561/1/718712390.pdf.
Nardes, F. B. S., & Miranda, R. C. R. (2014). Lean Startup e Canvas: Uma proposta de metodologia para startups. Revista Brasileira de Administração Científica, 5(3), 252-272. https://doi.org/0.6008/SPC2179‐684X.2014.003.0015.
Negri, F., Rauen A. T., & Squeff, F. H. S. (2018). Ciência, inovação e produtividade: Por uma nova geração de políticas públicas. In Negri, J. A., Araújo, B. C., & Bacelette, R. (Orgs.). Desafios da nação: Artigos de apoio (Vol. 1, pp. 533-560). Retrieved from https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/180413_desafios_da_nacao_artigos_vol1_cap11.pdf
Nikiforova, S. (2018). The study of the correspondence of marketing instruments to the stages of the start-up life cycle. Matec Web of Conferences, EDP Sciences, 239, 07004.
Oksanen, K., & Hautamäki, A. (2015). Sustainable innovation: A competitive advantage for innovation ecosystems. Technology Innovation Management Review, 5(10), 24-30. https://doi.org/10.22215/timreview/934.
Oleksandr, T., Ganna, V., & Tetiana, P. (2018). Dynamics of the influence of risk factors taking into account marketing of startups life stage. Modern Economics, 9, 113-123. https://doi.org/10.31521/modecon.V9(2018)-14.
Proposição de Projeto de Lei Complementar (PL146/2019). Retrieved from https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2205645.
Ries, E. (2011). The lean startup: How today’s entrepreneurs use continuous innovation to create radically successful businesses. New York: Crown.
Rocha, C. F. R., Mamédio, D. F., & Quandt, C. O. (2019). Startups and the innovation ecosystem in Industry 4.0. Technology Analysis & Strategic Management, 31(12), 1474-1487. https://doi.org/10.1080/09537325.2019.1628938.
Roncaratti, L. S. (2017). Incentivos a startups no Brasil: os casos do Startup Brasil, InovAtiva e InovApps. In: Cavalcante, P., Camões, M., Cunha, B., & Severo, W. (Orgs.). Inovação no setor público: Teoria, tendências e casos no Brasil (pp. 215-229). Retrieved from http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/8800/1/Incentivos%20a%20Startups%20no%20Brasil.pdf.
Rosenkopf, L., & Almeida, P. (2003). Overcoming local search through alliances and mobility. Management Science, 49(6), 751-766. https://doi.org/10.1287/mnsc.49.6.751.16026.
Roure, J. B., & Keely, R. H. (1990). Predictor of success in new technology-based ventures. Journal of Business Venturing, 5(4), 201-220. https://doi.org/10.1016/0883-9026(90)90017-N.
Russell, M. G.; & Smorodinskaya, N. V. (2018). Leveraging complexity for ecosystemic innovation. Technological Forecasting & Social Change, 136, 114-131. https://doi.org/10.1016/j.techfore.2017.11.024.
Salerno, M. S. (2017). Políticas de inovação no Brasil: Desafios de formulação, financiamento e implantação. In Coutinho, D. R., Foss, M. C, & Mouallem, P. S. B. (Orgs.). Inovação no Brasil: Avanços e desafios jurídicos e institucionais (pp. 79-96). Retrieved from http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/openaccess/9788580392821/completo.pdf.
Sharma, K., & Mathur, H. P. (2018). A step towards digital agronomy by startups. International Journal of Business Insights & Transformation, 12(1), 26-32.
Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. (2020b). Sebrae like a boss. Retrieved from http://www.Sebrae.com.br/sites/Startup.
Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (2020a). Ecossistemas de empreendedorismo inovadores e inspiradores. Retrieved from https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/52159/1591723666ECOSSISTEMAS_DE_ALTO_IMPACTO_Digital_3.pdf.
Sedes – Secretaria de Desenvolvimento. (2020). Setores de negócios: Agronegócios. Retrieved from https://sedes.es.gov.br/agronegocio.
Silva, M. R. M., Mendall, F. N., Bertolin, J. A., Stroher, A. D.; & Moura, J. M. P. (2016). Modelo para avaliação do nível de maturidade de startups (SMM). Anais da 26ª Conferência Anprotec, Fortaleza, CE, Brasil.
Souza-Filho, H. M., Buainain, A. M., Silveira, J. M. F. J., & Vinholis, M. M. B. (2011). Condicionantes da adoção de inovações tecnológicas na agricultura. Cadernos de Ciência & Tecnologia, 28(1), 223-255. https://doi.org/10.35977/0104-1096.cct2011.v28.12041.
Spinosa, L. M., Schlemm, M. M., & Reis, R. S. (2015). Brazilian innovation ecosystems in perspective: Some challenges for stakeholders. Revista Brasileira de Estratégia, 8(3), 386-400. https://doi.org/10.7213/rebrae.08.003.AO08.
Startup Point. Startup Point em números. Retrieved from https://www.gov.br/startuppoint/pt-br.
StartupRS. Programa StartupRS Agritech. Retrieved from http://startups.sebraers.com.br/startuprs-agritech/.
Tsujimotoa, M; Kajikawa, Y; Tomita, J; & Matsumoto, Y. (2018). A review of the ecosystem concept – Towards coherent ecosystem design. Technological Forecasting & Social Change, 136, 49-58. https://doi.org/10.1016/j.techfore.2017.06.032.
Yin, R. (2005). Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman.
Downloads
Publicado
Métricas
Visualizações do artigo: 891 PDF downloads: 142 PDF (English) downloads: 72
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Christiane Barbosa e Castro, Paulo Henrique Bertucci Ramos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- O(s)/A(s) autor(es)/autora(s) autorizam a publicação do texto na revista;
- A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seus autores/autoras;
- Autores/autoras mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho publicado sob a Licença CC BY 4.0
, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista; - Autores/autoras são permitidos e encorajados a postar seu trabalho (Versão submetida, Versão aceita [Manuscrito aceito pelo autor/autora] ou Versão publicada [Versão do registro]) online, por exemplo, em repositórios institucionais ou preprints, pois isso pode levar a trocas produtivas, bem como a citações anteriores e maiores de trabalhos publicados. A REGEPE pede como condição política para os autores/autoras que indiquem/vinculem o artigo publicado com DOI. Veja o Efeito do Acesso Livre.
