A Governança de Redes Interorganizacionais: Uma Análise da Tensão entre Eficiência e Inclusão no Processo Decisório

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14211/regepe.v8i2.1137

Palavras-chave:

Redes interorganizacionais, Governança de redes, Tensões de governança

Resumo

Objetivo: Analisar como os fatores contingenciais críticos da governança de redes interorganizacionais – confiança, número de integrantes, consenso de objetivos e necessidade de competências em nível de rede – descritos por Provan e Kenis (2008), influenciam a tensão entre eficiência do processo decisório e inclusão dos participantes nas decisões.


Método: Adotou-se como estratégia o estudo de casos múltiplos em três redes interorganizacionais de Pequenas e Médias Empresas. Os dados foram coletados por meio de entrevistas, análise documental e observação.


Originalidade/Relevância: A pesquisa se insere na discussão acerca do papel dos fatores contingenciais críticos e sua relação com a tensão existente entre a eficiência e a inclusão no processo decisório de redes. O estudo é original por meio da evidenciação empírica acerca do papel destes fatores na tensão estudada.


Resultados: apresenta-se o papel dos fatores contingenciais críticos, os mecanismos utilizados para o gerenciamento da tensão e identifica-se a existência de dois outros fatores contingenciais adicionais: a confiança na gestão da rede e a dispersão geográfica dos seus integrantes.


Contribuições teóricas/metodológica: O estudo contribui para a literatura confirmando por meio de evidências empíricas que os fatores contingenciais críticos exercem influência na tensão entre eficiência e inclusão do processo decisório. Além disso demonstra a existência de dois outros fatores contingenciais críticos: a confiança na gestão da rede e a dispersão geográfica dos integrantes.


Contribuições sociais / para a gestão: A partir da análise dos resultados identificou-se que conceder maior autonomia para os gestores executivos das redes e suas equipes internas e valorizar os momentos de contato com os membros para garantir participação são mecanismos recomendáveis para o gerenciamento da tensão estudada.


 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Joel Ricardo Rocha Schmidt, Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS

Mestre em Administração pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, Rio Grande do Sul, (Brasil)

Douglas Wegner, Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS

Doutor em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Rio Grande do Sul, (Brasil). Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade do Vale do Rio dos Sinos -UNISINOS, Rio Grande do Sul.

Marcos Vinícius Bitencourt Fortes, Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS

Doutorando pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, Rio Grande do Sul, (Brasil).

Referências

Albers, S. (2010). Configurations of alliance governance systems. Schmalenbach Business Review, v. 62, n. 3, pp. 204-233.

Ansoff, H. I. (1977). Estratégia Empresarial; tradução de Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo.

Antunes, J., Balestrin, A., & Verschoore, J. (2010). Práticas de gestão de redes de cooperação. São Leopoldo: Unisinos.

Azevedo, A., Pardini, D., & Simão, G. (2015). Capital social e relacionamentos inter e intrarregionais em arranjos produtivos locais: Estudo no APL calçadista de Nova Serrana/MG. Revista de empreendedorismo e gestão de pequenas empresas, v. 4, n. 2, pp. 96-132.

Bachmann, R., & Zaheer, A (2014). Confiança nas relações interorganizacionais. Handbook de relações interorganizacionais da Oxford. Porto Alegre: Bookman. pp. 479-498.

Balestrin, A., & Verschoore, J. (2008). Redes de Cooperação Empresarial-: Estratégias de Gestão na Nova Economia. Bookman editora.

Böhe, D. M., & Silva, K. D. (2004). O dilema de crescimento em redes de cooperação: o caso da Panimel. Redes de cooperação: uma nova organização de pequenas e médias empresas no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: FEE, pp. 157-181.

Cao, Z., & Lumineau, F. (2015). Revisiting the interplay between contractual and relational governance: A qualitative and meta-analytic investigation. Journal of Operations Management, v. 33, pp. 15-42.

Carvalho, J., Wegner, D. Begnis, H., & Antunes Júnior, J. (2018). A cooperação entre redes de pequenas empresas: Antecedentes, etapas e resultados da estratégia de intercooperação. Revista de empreendedorismo e gestão de pequenas empresas, v. 7, n. 1, pp. 35-70.

Casey, D. K., & Lawless, J. S. (2011). The parable of the poisoned pork: Network governance and the 2008 Irish pork dioxin contamination. Regulation & Governance, v. 5, n. 3, pp. 333-349.

Certo, S. C. (2003). Administração Moderna. 9. ed. Tradução Maria Lucia GL Rosa e Ludmilla Teixeira Lima. Revisão técnica Antonio Dermengi Rios. São Paulo: Prentice Hall.

Enqvist, J., Tengö, M., & Bodin, Ö. (2014). Citizen networks in the Garden City: Protecting urban ecosystems in rapid urbanization. Landscape and Urban Planning, v. 130, pp. 24-35.

Grandori, A., & Soda, G. (1995). Inter-firm networks: antecedents, mechanisms and forms. Organization studies, v. 16, n. 2, pp. 183-214.

Jansen, A., Maehler, A., & Wegner, D. (2018). Governança cooperativa e o dilema da legitimidade: Um estudo de caso em uma cooperativa de crédito. Revista Iberoamericana de estratégia, v. 17, n. 3, pp. 61-80.

Jarrillo, J. C. (1993). Strategic networks: Creating the borderless organisation. Publisher: Butterworth-Heinemann.

Kilduff, M., & Tsai, W. (2003). Social networks and organizations. Sage.

Markovic, J. (2017). Contingencies and organizing principles in public networks. Public Management Review, v. 19, n. 3, pp. 361-380.

Mintzberg, H. (2004). Ascensão e queda do planejamento estratégico. Bookman editora.

Motta, F. C. P., & Vasconcelos, I. F. G. (2009). Teoria Geral da Administração. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning.

Moynihan, D. P. (2009). The network governance of crisis response: Case studies of incident command systems. Journal of Public Administration Research and Theory, v. 19, n. 4, pp. 895–915.

Pereira, B. A. D., & Pedrozo, E. A. (2004). O outro lado da cooperação: Uma análise dos problemas na gestão das redes interorganizacionais. Redes de Cooperação: Uma nova organização de pequenas e médias empresas no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: FEE, pp. 69-88.

Perrow, C. (1992) Small-firms networks. In: Nohria, N., & Eccles, R.G. Networks and organizations: structure, form, and action. Cambridge: Harvard University Press.

Poole, M. S., & Van De Ven, A. H. (1989). Using Management to Build Paradox and Organization Theories. The Academy of Management Review, v. 14, n. 4, pp. 562-578.

Provan, K. G., & Kenis, P. (2008). Modes of Network Governance: Structure, Management, and Effectiveness. Journal of Public Administration Research and Theory, v. 18, n. 2, pp. 229-252.

Provan, K. G., & Sydow, J. (2014). Avaliação dos relacionamentos interorganizacionais. In: Cropper, S. et al. Handbook de relações interorganizacionais da Oxford. Porto Alegre: Bookman, pp. 623-646.

Robbins, S. P. (2000) Administração: Mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva.

Rousseau, D. M., Sitkin, S. B., Burt, R. S., & Camerer, C. (1998). Not so different after all: A cross-discipline view of trust. Academy of management review, v. 23, n. 3, pp. 393-404.

Saz-Carranza, A., & Ospina, S. M. (2010). The Behavioral Dimension of Governing Interorganizational Goal-Directed Networks--Managing the Unity-Diversity Tension. Journal of Public Administration Research and Theory, v. 21, n. 2, pp. 327-365.

Silva, A., & Parente, J. (2018). Os desafios da construção da legitimidade do empreendedor. Revista de empreendedorismo e gestão de pequenas empresas, v. 7, n. 3, pp. 190-214.

Vangen, S.; Huxham, C. (2010) Introducing the theory of collaborative advantage. In: Osborne, S. P. The New Public Governance? Emerging Perspectives on the Theory and Practice of Public Governance. Abingdon: Routledge, pp. 163-184.

Vangen, S. (2012) Understanding, investigating and theorizing inter-organizational collaborations: a focus on paradox. BAM 2012: Management Research Revisted: Prospects for Theory and Practice, pp. 11-13 September, Cardiff, UK.

Vangen, S., & Winchester, N. (2014) Managing cultural diversity in collaborations: A focus on management tensions. Public Management Review, v. 16, n. 5, pp. 686-707.

Vangen, S., Hayes, J. P., & Cornforth, C. (2015). Governing cross-sector, inter-organizational collaborations. Public Management Review, v. 17, n. 9, pp. 1237-1260.

Verschoore, J. R. S. (2004) Redes de Cooperação: Uma nova organização de pequenas e médias empresas no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: FEE.

Verschoore, J. R., Wegner, D., & Balestrin, A. (2015). The evolution of collaborative practices in small-firm networks: a qualitative analysis of four Brazilian cases. International Journal of Management Practice, v. 8, n. 2, pp. 152-168.

Wegner, D., Durayski, J., & Verschoore, J. R. (2017). Governança e eficácia de redes interorganizacionais: Comparação entre iniciativas brasileiras de redes de cooperação. Desenvolvimento em Questão, v. 15, n. 41, pp. 275-302.

Wegner, D., Zarpelon, M. F., Verschoore, J. R., & Balestrin, A. (2017). Management practices of small-firm networks and the performance of member firms. Business: Theory and Practice, v. 18, p. 197.

Downloads

Publicado

22-04-2019

Como Citar

Schmidt, J. R. R., Wegner, D., & Fortes, M. V. B. (2019). A Governança de Redes Interorganizacionais: Uma Análise da Tensão entre Eficiência e Inclusão no Processo Decisório. REGEPE Entrepreneurship and Small Business Journal, 8(2), 319–340. https://doi.org/10.14211/regepe.v8i2.1137

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa