Inovação e Capacidades Dinâmicas: As Relações entre as Múltiplas Inovações e as Capacidades de Detecção, Captura e Reconfiguração nas Academias Fitness
DOI:
10.14211/regepe.v8i1.827Palavras-chave:
Capacidades Dinâmicas, Inovação, Detecção, Captura, ReconfiguraçãoResumo
Em ambientes de mudanças, as capacidades dinâmicas tornaram-se fonte de vantagem competitiva para as organizações. Com a inovação associada a contextos de incertezas e transformações, o desenvolvimento de capacidades dinâmicas pelas empresas que buscam inovar passa a ser fundamental na busca por diferenciais competitivos. Nesse contexto, o presente artigo tem como objetivo compreender as relações entre as múltiplas dimensões da inovação e as capacidades dinâmicas em MPEs do segmento de academias fitness na cidade de Natal/RN. Para compreender essa relação, a pesquisa teve como marco teórico os modelos das capacidades dinâmicas de detecção, captura e reconfiguração, bem como o Radar da Inovação. O estudo consiste em uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo, desenvolvida com 15 academias atuantes na cidade de Natal/RN. Como resultado, foi possível notar que as múltiplas inovações desenvolvidas nos ciclos 0 e 1 do Programa ALI pelas academias estudadas refletem no desenvolvimento das capacidades dinâmicas de detecção, captura e reconfiguração. Foi possível, ainda observar que a variabilidade nos graus das múltiplas dimensões da inovação nas organizações pesquisadas são resultantes da influência do dinamismo do ambiente sobre os recursos, habilidades, competências e conhecimentos organizacionais, sendo esses critérios de distinção entre as organizações e de formação de vantagens competitivas. De forma conclusiva, foi possível identificar a aderência teórica entre os modelos do Radar da Inovação e das capacidades dinâmicas, o que permite que este estudo contribua nas discussões sobre inovação e formação de capacidades dinâmicas.
Downloads
Referências
ACAD. Associação Brasileira de Academias (2017). Relatório global IHRSA: Fitness cresce no mundo e Brasil ainda sofre com crise econômica. Revista Acad Brasil, v. 18(3), pp. 10-21.
Andreeva, T. E., & Chayka, V. A. (2006). Dynamic capabilities: What they need to be dynamic? St. Petersburg: Institute of Management, St. Petersburg State University.
Bachmann, D. L., & Destefani, J. H. (2008). Metodologia para estimar o grau de inovação nas MPE: cultura do empreendedorismo e inovação. Curitiba: Bachmann & ¬Associados. Disponível em:
<http://www.bachmann.com.br/website/documents/ArtigoGraudeInovacaonasMPE.pdf>. Acesso em: 25 out. 2017.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.
Barney, J. B. (1986). Organizational culture: can it be a source of sustained competitive advantage? The Academy of Management Review, v. 11(3), pp. 656-665. DOI: https://doi.org/10.5465/amr.1986.4306261
Barney, J. B., Ketchen Jr., D. J., & Wright, M. (2011). The future of resource-based theory: revitalization or decline? Journal of management, v. 37(5), pp. 1299-1315. DOI: https://doi.org/10.1177/0149206310391805
Bessant, J., & Tidd, J. (2009). Inovação e empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman.
Capeleiro, M. C. C., & Araújo, R. M. (2013). Análise sobre a dimensão oferta no contexto inovação dentro do setor de estruturas pré-moldadas na grande natal. REVISTA REUNIR, v. 3(2), pp. 39-65. DOI: https://doi.org/10.18696/reunir.v3i2.106
Carvalho, G. D. G., Silva, W. V., Póvoa, Â. C. S., & Carvalho, H. G. (2015). Radar da inovação como ferramenta para o alcance de vantagem competitiva para micro e pequenas empresas. RAI Revista de Administração e Inovação, v. 12(4), pp. 162-186. DOI: https://doi.org/10.11606/rai.v12i4.101898
Chen, J., & Sawhney, M. (2010). Defining and measuring business innovation: The innovation radar. Kellogg School of Management working paper. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Jiyao_Chen/publication/308174360_Defining_and_Measuring_Business_Innovation_The_Innovation_Radar/links/57dc608c08ae72d72ea690f2/Defining-and-Measuring-Business-Innovation-The-Innovation-Radar. Acesso em: 22 jan. 2018
Chen, J., Sawhney, M., & Neubaum, D. O. (2013) Customer-Oriented Innovation and Firm Performance. Social Science Research Network. Disponível em: https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/44802335/Customer-Oriented_Innovation_and_Firm_Pe2016041625321y1f313.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=1516908721&Signature=5Pvf%2FN2BiJe5NrpVJ%2BEPvFtujQs%3D&responsecontentdisposition=inline%3B%20filename%3DCustomerOriented_Innovation_and_Firm_Pe.pdf.>. Acesso em: 22 jan. 2018.
Christensen, C. (2001). O dilema da inovação. São Paulo: Makron Books.
Collis, D. J. (1994). Research note: how valuable are organizational capabilities? Strategic Management Journal, v. 15 (Suppl.), pp. 143-152. doi: 10.1002/smj.4250150910 DOI: https://doi.org/10.1002/smj.4250150910
Drucker, P. (1986). Innovation and Entrepreneurship: Practice and Principles. New York: Harper & How – NY.
Ellonen, H. K., Jantunen, A., & Kuivalainen, O. (2011). The role of dynamic capabilities in developing innovation-related capabilities. International Journal of Innovation Management, v. 15(03), pp. 459-478. DOI: https://doi.org/10.1142/S1363919611003246
Eisenhardt, K. M., & Martin, J. A. (2000). Dynamic capabilities: what are they? Strategic management journal, v. 21, pp. 1105-1121. DOI: https://doi.org/10.1002/1097-0266(200010/11)21:10/11<1105::AID-SMJ133>3.0.CO;2-E
Everton Junior, A. (2017). MPE: avanços importantes para as micro e pequenas empresas 2017-2018. Rio de Janeiro: Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
Feitoza, R. A. A., & Teixeira, R. M. (2015). Inovação na Pequena Empresa: Mapeamento da produção científica internacional e nacional no período de 2000 a 2014. Revista da Micro e pequena empresa, v. 9(1), pp. 90-102.
Flick, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed.
Gonçalves Filho, C., Veit, M. R., & Monteiro, P. R. R. (2013). Inovação, estratégia, orientação para o mercado e empreendedorismo: identificação de clusters de empresas e teste de modelo de predição do desempenho nos negócios. RAI Revista de Administração e Inovação, v. 10(2), pp. 81-101. DOI: https://doi.org/10.5773/rai.v10i2.765
Gibbs, G. (2009). Análise de dados qualitativos. Porto Alegre: Bookman.
Hamel, G., & Prahalad, C. K. (1995). Competindo pelo futuro. 10. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus.
Helfat, C., Finkelstein, S., Mitchell, W., Peteraf, M., Singh, H., Teece, D., & Winter, S. (2007). Dynamic capabilities: understanding strategic change in organizations. Malden, MA: Blackwell Publishing.
Leavy, B. (2013). Rita McGrath explores the risks and opportunities of the transient-advantage economy. Strategy & Leadership, v. 41(4), pp. 10-16. DOI: https://doi.org/10.1108/SL-04-2013-0024
Lee, H., & Kelley, D. (2008). Building dynamic capabilities for innovation: an exploratory study of key management practices. R&d Management, v. 38(2), pp. 155-168. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-9310.2008.00506.x
Mcgrath, R. G. (2013). The end of competitive advantage: How to keep your strategy moving as fast as your business. Harvard Business Review Press.
Meirelles, D. S., & Camargo, Á. A. B. (2014). Capacidades Dinâmicas: o que são e como identificá-las? RAC-Revista de Administração Contemporânea, v. 18 (ed. esp.), pp. 41-64. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-7849rac20141289
Moreira, D. A., & Queiroz, A. C. (2007) Inovação: conceitos fundamentais. In Moreira, D. A., & Queiroz, A. C. Inovação Organizacional e Tecnológica. São Paulo: Thomson Learning. pp. 1-20.
Nelson, R. R., & Winter, S. G. (1982). An evolutionary theory of economic change. Cambridge: Belknap Press.
Ngo, L. V., & O'cass, A. (2013). Innovation and business success: The mediating role of customer participation. Journal of Business Research, v. 66(8), pp. 1134-1142. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2012.03.009
OCDE. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. (2006). Manual de Oslo: Proposta de Diretrizes para a Coleta e Interpretação de dados sobre Inovação Tecnológica. (3. ed.).
Oliveira, M. R. G., Cavalcanti, A. M., Paiva Júnior, F. G., & Marques, D. B. (2014). Mensurando a inovação por meio do grau de inovação setorial e do característico setorial de inovação. RAI Revista de Administração e Inovação, v. 11(1), pp. 114-137. DOI: https://doi.org/10.5773/rai.v11i1.1120
Paredes, B. J. B., Santana, G. A., Cunha, T. N., & Aquino, J. T. (2015). Uma análise intrassetorial e intersetorial do grau de inovação de empresas de pequeno porte do estado de Pernambuco. RAI Revista de Administração e Inovação, v. 12(4), pp. 140-161. DOI: https://doi.org/10.11606/rai.v12i4.101888
Penrose, E. (2006). Teoria do crescimento da firma. Campinas: Unicamp.
Prahalad, C. K., & Ramaswamy, V. (2004). O futuro da competição: como desenvolver diferenciais inovadores em parceria com clientes. Rio de Janeiro: Campus.
Sawhney, M., Wolcotr, R., & Arroniz, I. (2006). The 12 Different Ways for Companies to Innovate. MIT Sloan Management Review. v. 47(3), pp. 7581.
Schumpeter, J. A. (1934). The theory of economic development: an inquiry into profits, capital, credit, interest and business cycle. Cambridge, MA, EUA: Harvard University Pres.
Schumpeter, J. A. (1942). Capitalism, socialism, and democracy. New York: Harper.
SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. (2015). Relatório executivo: participação das micro e pequenas empresas na economia brasileira. Brasília: SEBRAE.
SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. (2013). Programa ALI ajuda a implantar práticas inovadoras gratuitamente no seu negócio. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/Programas/Agentes-Locais-de-Inova%C3%A7%C3%A3o:-receba-o-Sebrae-na-sua-empresa>. Acesso em: 29 out. 2017
Silva Néto, A. T., & Teixeira, R. M. (2014). Inovação de micro e pequenas empresas: mensuração do grau de inovação de empresas participantes do Projeto Agentes Locais de Inovação. BBR-Brazilian Business Review, v. 11(4), pp. 1-29.
Silva Néto, A. T., & Teixeira, R. M. (2011). Mensuração do grau de inovação de micro e pequenas empresas: estudo em empresas da cadeia têxtil-confecção em Sergipe. RAI Revista de Administração e Inovação, v. 8(3), pp. 205-229.
Simões, L. C., Oliveira, M. A. C., Mendes, D. R. F., & Pinheiro, A. A. (2015). Radar da inovação: um estudo de caso das prestadoras de serviço de Brasília/DF. REGEPE - Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, v. 4(2), pp. 133-152. DOI: https://doi.org/10.14211/regepe.v4i2.167
Teece, D. J., Pisano, G., & Shuen, A. (1997). Dynamic capabilities and strategic management. Strategic management journal, pp. 509-533. DOI: https://doi.org/10.1002/(SICI)1097-0266(199708)18:7<509::AID-SMJ882>3.0.CO;2-Z
Teece, D. J. (2007). Explicating dynamic capabilities: the nature and microfoundations of (sustainable) enterprise performance. Strategic management journal, v. 28(13), pp. 1319-1350. DOI: https://doi.org/10.1002/smj.640
Theriou, N. G., Aggelidis, V., & Theriou, G. N. (2009). A theoretical framework contrasting the resource-based perspective and the knowledge-based view. European Research Studies, v. 12(3), p. 177. DOI: https://doi.org/10.35808/ersj/239
Ukko, J., & Saunila, M. (2013). The role of reflection in facilitating and assessing innovativeness. Journal of Technology Management & Innovation, v. 8(4), p. 170-176. DOI: https://doi.org/10.4067/S0718-27242013000500014
Vergara, S. C. (2011). Projetos e relatórios de pesquisa em administração. (13. ed.). São Paulo: Editora Atlas.
Vieira, M. M. F. (2004). Por uma boa pesquisa (qualitativa) em administração. In: Vieira, M. M. F., & Zouain, D. M (Org.). Pesquisa qualitativa em administração. (pp. 223). Rio de Janeiro: FGV.
Wernerfelt, B. (1984). A resource-based view of the firm. Strategic Management Journal, v. 5(2), pp. 171-180. DOI: https://doi.org/10.1002/smj.4250050207
Zahra, S. A., Sapienza, H. J., & Davidsson, P. (2006). Entrepreneurship and dynamic capabilities: A review, model and research agenda. Journal of Management studies, v. 43(4), pp. 917-955. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-6486.2006.00616.x
Zaltman, G., Duncan, R., & Holbeck, J. (1973). Innovation and organizations. New York: Wiley.
Zollo, M., & Winter, S. G. (2002). Deliberate learning and the evolution of dynamic capabilities. Organization science, v. 13(3), pp. 339-351. DOI: https://doi.org/10.1287/orsc.13.3.339.2780
Downloads
Publicado
Métricas
Visualizações do artigo: 3011 PDF downloads: 801
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- O(s)/A(s) autor(es)/autora(s) autorizam a publicação do texto na revista;
- A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seus autores/autoras;
- Autores/autoras mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho publicado sob a Licença CC BY 4.0, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores/autoras são permitidos e encorajados a postar seu trabalho (Versão submetida, Versão aceita [Manuscrito aceito pelo autor/autora] ou Versão publicada [Versão do registro]) online, por exemplo, em repositórios institucionais ou preprints, pois isso pode levar a trocas produtivas, bem como a citações anteriores e maiores de trabalhos publicados. A REGEPE pede como condição política para os autores/autoras que indiquem/vinculem o artigo publicado com DOI. Veja o Efeito do Acesso Livre.